Para nós, as refeições exercem um papel muito maior do que meramente garantir a sobrevivência. Elas aproximam, criam lembranças únicas e são capazes de reunir pessoas especiais. São verdadeiros eventos com hora marcada em um ambiente muito especial das casas: a cozinha.
“Tenho percebido que, cada vez mais, ela vem se tornando um ponto de encontro da família. Depois desses anos que atravessamos, café da manhã, almoço e um jantar entre os moradores deixou de ser ocasiões esporádicas para acontecerem com frequência diária”, revela a arquiteta Gabriela Mendes, à frente do escritório que leva seu nome.
Para tanto, o segredo está em unir a funcionalidade e escolhas no décor que propiciem bem-estar, acolhimento e afetividade – sentimentos que contribuem para conectar ainda mais as pessoas dentro do ambiente de uma cozinha. Mas como trabalhar esses elementos no projeto de arquitetura de interiores? Para a profissional, a busca por elementos marcantes em estilos decorativos, como o clássico, é um caminho assertivo para transformar o espaço com muito carinho.
Acompanhe as dicas e análises de Gabriela Mendes:
O projeto de marcenaria
Como todo projeto residencial, não existe fórmula pronta. É por meio da percepção do profissional de arquitetura para com os moradores que são captados os recursos e objetos que transmitirão a afetuosidade para casa um. Ainda assim, a arquiteta discorre sobre algumas referências que levam o projeto a conquistar ares amorosos e aconchegantes. No que diz respeito à marcenaria, Gabriela afirma que os armários são mais claros ou com toque de cor com o verde menta, fendi ou o gianduia.
“No complemento, os puxadores dourados ou pretos são inseridos com o intuito de tirar da marcenaria o aspecto convencional. Os modelos de alça ou bolinha nos remetem aos móveis que encontramos em antiquários”, revela.
Nesse conjunto, as prateleiras concebidas em madeira de demolição são bem-vindas com a proposta de adicionar um toque de rústico ao ambiente, além de quebrar o tom dos armários, substituindo um armário fechado, grande, alto e assim, trazendo leveza. Nelas, é possível dispor os livros de receitas, adereços de cozinha e potes com ingredientes e temperos.
“Uma mesa de canto, com cadeiras ou canto alemão, ainda traz aquela memória das cozinhas com copa, que encontrávamos nas casas de nossos avós”, recorda-se Gabriela.
Revestimentos
Nas paredes, os revestimentos em opções com pequenos formatos – desenhados ou com uma tonalidade mais neutra –, são recursos empregados em cozinhas com décor afetivo. O mármore, seus desenhos únicos, também são especificados em projetos nesse contexto.
“Fica muito interessante quando os revestimentos protagonizam e adicionam vida e cor à cozinha”, orienta a arquiteta.
· Referências que conectam ao afeto
Na busca por conectar-se aos sentimentos dos moradores, a ligação com o natural e a terra – em parte muito evidente com os ingredientes manuseados no dia a dia da cozinha –, podem ser expostos de forma inteligente e bonita. Para tanto, Gabriela sugere uma marcenaria que apresente gavetas abertas ou preservadas por vidros e telas.
“Sempre associo a cozinha afetuosa com temperos visualmente expostos, a presença do verde – mini vasos com hortinhas são super bem-vindos –, e uma paleta de cores que prestigia o emprego tonalidades pastel e mais claras”, relaciona.
No geral, a arquiteta indica que a inserção de itens que remontem à ideia de conforto é outro recurso adotado em projetos que seguem esse estilo. Também é possível trazer para a cozinha os elementos pessoais e de grande valor afetivo dos moradores.
“Um livro de receita herdado da avó e um objeto trazido de uma viagem devem encontrar um local especial para serem expostos e visualizados com frequência”, diz Gabriela.
Ao enfatizar o estilo clássico e o provençal, que desperta uma áurea romântica para as cozinhas, ela enumera a marcenaria almofadada e as paredes com boiseries como artifícios acertados para os projetos.
Praticidade
Como um ambiente não se faz apenas de decoração, outros aspectos também precisam ser levados em conta. No capítulo marcenaria, a estética não pode interferir no conceito de praticidade em um desenho que ofereça um armazenamento prático e eficiente aos moradores.
“Essa otimização pode deixar o ambiente ainda mais amplos, dispensando a necessidade de tantos móveis. O pensamento deve ser voltado para a qualidade acima da quantidade”, determina a arquiteta.
Na arquitetura da cozinha, ainda existem regras básicas, que se referem ao posicionamento dos móveis e eletrodomésticos, para constituir o melhor layout no quesito funcionalidade – a regra do triangulo consiste no uso da geladeira, pia e fogão, separados de forma equilátera, formando um triangulo, para melhor organização, aproveitamento dos espaços e praticidade no dia a dia. Além disso, também temos a possibilidade de personalizar a parte interna das gavetas, de forma que elas se adequem ao uso de cada morador.
Como tendência da arquitetura de interiores, hoje nos deparamos com as cozinhas integradas, porém com a possibilidade de serem fechadas. Sendo assim, no caso de momentos de grandes jantares ou festas, os moradores podem fechá-las e esconder a bagunça, tornando o ambiente mais íntimo. Esse fechamento, na maioria das vezes, se dá por meio de painéis de madeira que são escondidos por detrás de uma parede ou móvel.
A tendência das cozinhas integradas
Como apresentamos, as cozinhas são responsáveis por reunir e conduzir os momentos de confraternização em família. Por isso, uma das tendências para torná-la mais acolhedora e apropriada para tais situações.
“Todos os moradores, sem exceção, nos pedem um local bom para cozinhar, normalmente aberto ao restante do apartamento para que quando um estiver cozinhando, possibilite a interação com quem está dentro de casa, relata Gabriela.
Arquiteta Gabriela Mendes
@gabrielamendesarquitetura
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Divulgação:
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Tel. (11) 98125-7319
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