07
março

Personalidade e elegância com soluções em marcenaria

Boas soluções em marcenaria fazem a diferença na disposição e organização dos ambientes em um projeto residencial.

Quando bem planejada e executada, agrega praticidade e conforto na vida dos moradores”, enfatiza a arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Studio Guadix. 

Foi lançando mão da polivalência da marcenaria que ela implementou suas boas ideias para resolver as questões na reforma do apartamento de 74m², localizado no bairro da Vila Olimpia, zona sul da capital paulista.

Seguindo o conceito aberto, como é de costume nos apartamentos MaxHaus, a proposta de Júlia foi trabalhar com divisórias móveis em madeira. Um bom exemplo são as portas de correr que, quando necessário, deixam a ala íntima do imóvel mais reservada.

Como o apartamento é todo integrado, a divisória entra em cena para trazer privacidade ao dormitório com home office. Quando as portas estão recolhidas, os moradores são beneficiados com a amplitude do imóvel”, explica Júlia. 

No living deste apartamento, a marcenaria foi incluída com o intuito de adicionar sofisticação e praticidade. Para tanto, o painel ripado de MDF, onde está instalado a TV, é complementado com as prateleiras que perpassam por ele e continuam pela outra parede, formando um ângulo de 90 graus – assim como o móvel branco na parte inferior. No décor, o espaço é complementado por vasinhos, plantas, quadros e outros objetos decorativos, um tapete azul, uma poltrona Charles Eames no tom caramelo e um extenso sofá de linhão sintético |Foto: Guilherme Pucci
A marcenaria planejada se encontra em diversos ambientes do apartamento. Na sala de estar, por exemplo, o painel da TV é composto por um bloco ripado de MDF, que vem desde a entrada do apartamento até a sala. Em sua lateral, oculta sutilmente o lavabo, deixando a área social com um visual mais leve.
Ao fechar a porta pivotante, que tem apenas 60 cm de largura, o lavabo fica imperceptível”, detalha a arquiteta. Outra particularidade interessante está no teto, onde a madeira ‘entra’ no forro de gesso, onde existe uma iluminação de LED que reflete no painel. Também no estar, a arquiteta executou um móvel em ‘L ‘que acompanha o bloco ripado e uma das paredes do cômodo, formando um ângulo de 90 graus. Servindo como uma espécie de rack, sua função é armazenar itens e apoiar objetos decorativos do ambiente. Acompanhando o mesmo desenho, as prateleiras são sustentadas por cabos de aço para permitirem que suportem mais peso com total tranquilidade.
O tapete azul que escolhemos para sobrepor o piso de porcelanato, que remete ao cimento queimado, foi um recurso bacana que nos ajudou a delimitar o ambiente dentro do contexto de integração”, descreve. “E como o espaço é estreito, abrimos mão da mesa de centro para não atrapalhar a circulação, mas não deixamos de contar com uma peça de apoio, que foi inserida ao lado do sofá”, acrescenta.
Na extensão do painel ripado encontra-se a parede que esconde a porta do lavabo, que foi mimetizada. A arquiteta utilizou essa técnica de marcenaria para deixar a passagem mais leve e minimalista. |Foto: Guilherme Pucci

 Oculto pela caixa de madeira ripada, o lavabo tem apenas 2 m². Para aproveitar muito bem cada centímetro, ela desenhou uma bancada de mármore com cuba esculpida que ocupou quase a totalidade do ambiente, alcançando 1,5 de comprimento. Ao lado, um armário, com altura do piso ao teto, foi instalado para prover prateleiras e uma área de armazenamento coringa, preciosa para um apartamento pequeno. 

Separando a parte social do dormitório, as portas de correr de madeira de demolição já faziam parte do apartamento. Na reforma, Júlia Guadix decidiu por mantê-las, tanto por sua beleza, como pela possibilidade de conceder privacidade à ala íntima do imóvel enquanto os moradores recebem seus visitantes |Foto: Guilherme Pucci

Com a inexistência de paredes – e com o aval do proprietário –, Júlia teve liberdade para ousar na composição do layout. A divisória com portas de correr, feitas de madeira de demolição, revelou-se como um recurso excepcional para conceder privacidade e, ao mesmo tempo, manter a amplitude do imóvel quando as portas estão todas recolhidas. Formada por três folhas, juntas elas recobrem 4 metros de vão em uma estrutura composta por uma folha parte fixa e duas móveis. Para fazer o movimento de abrir e fechar, foi instalado um trilho fixado diretamente na laje de concreto – laje esta que não ficou exposta devido à solicitação de um forro acústico, para trazer maior conforto aos moradores.

Através da marcenaria, o quarto ganhou mais uma aplicabilidade: atrás da cabeceira, a arquiteta elaborou um móvel completinho para o home office. Com 2,85m de comprimento, 45 cm de profundidade e 75 cm de altura, a peça oferece ergonomia para as horas de trabalho e ainda conta com gavetas para a organização dos itens |Foto: Guilherme Pucci

O dormitório aponta outras soluções de marcenaria muito interessantes. Com função dupla, a cabeceira da cama conta com uma bancada na parte de atrás, que se tornou um espaço para o home office e maquiagem. Isso se dá por conta da cama estar localizada bem ao centro do ambiente, possibilitando uma boa circulação do cômodo. A madeira está presente nos móveis planejados, como o grande armário que vai de uma ponta a outra do quarto, o banco/sapateira sob a janela e as mesinhas laterais que agregam a função de armazenamento de roupas e outros objetos, deixando o local organizado. 

No banheiro da suíte, o espelho, que acompanha a altura da bancada até o teto, coopera para a percepção de amplitude, uma vez que cômodo dispõe de apenas 3,1m². Outra estratégia foi a aplicação de cores claras: marcenaria e louças brancas, assim como o mármore branco piguês, utilizado na bancada e no piso |Foto: Guilherme Pucci
A marcenaria do banheiro da suíte é funcional e discreta, toda branca, ela se funde com a bancada e o piso, deixando o destaque para o grande pilar de concreto. O mármore branco piguês foi escolhido para revestir o piso e realizar a bancada, que teve a torneira instalada na parede para liberar espaço sobre ela. Na área do banho, o box de vidro funciona com duas folhas de correr, que deslizam por roldanas cromadas.
Na cozinha, a marcenaria deixa o ambiente mais funcional e prático. A bancada, que já integrava a planta do apartamento, estende-se até a área de serviço. Com isso, Júlia criou armários e um nicho para encaixar a lava louça. Para ocultar a lava roupas, o móvel forma uma espécie de armário-caixa, que ainda contempla um varão para pendurar cabide |Foto: Guilherme Pucci
Na cozinha, a bancada de quartzo branco, que vai até a lavanderia, já fazia parte do ambiente antes da reforma: com isso, a arquiteta decidiu mantê-la e harmonizá-la com o revestimento proposto para o ambiente, o subway tile branco.
Para deixar o ambiente sofisticado e, ao mesmo tempo funcional, desenhamos um armário que oculta a lava e seca, vassouras e produtos de limpeza e ainda tem um pequeno varão dentro dele”, destaca.
Do outro lado da cozinha, a instalação de mais uma bancada branca provê mais espaço de armazenamento na rotina dos moradores.
Com a integração dos ambientes foi possível unir cozinha, lavanderia e sala de jantar em uma proposta que valoriza a paisagem. Para deixar o local ainda mais leve e agradável, a arquiteta apostou em tons claros nos revestimentos e nos móveis, reforçando assim a iluminação da luz natural oriunda da varanda com fechamento de vidro |Foto: Guilherme Pucci

A integração dos ambientes também pode dar espaço para outros cômodos. A varanda, que é integrada na cozinha, abriu área para a sala de jantar do apartamento. A mesa Saarinen, com tampo de mármore carrara, é acompanhada por cadeiras e o banco instalado próximo a parede, onde as almofadas em tons neutros ‘dialogam’ com os demais tons presentes. Em uma das paredes, Julia investiu em um painel que emula o efeito lambri, trazendo mais textura ao local. Na parte superior, a prateleira expõe mais objetos que complementam o décor.

Nesta parede revestida, colocamos um dos destaques do ambiente, o buffet suspenso. Ele é super versátil e ainda auxilia para o apoio de pratos, bebidas e utensílios, deixando a mesa mais livre. Em uma das pontas, ainda acrescentamos o cantinho do bar, com uma bandeja de acrílico, moderna e leve, que organiza as garrafas, taças e especiarias. Do outro lado, o quadro rosa adicionou o volume visual que o outro canto pedia para equilibrar a composição”, conclui.

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Fotos: Guilherme Pucci

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