04
outubro

Dicas para adaptar a casa aos pets

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A arquiteta Carina Dal Fabbro, que assina o projeto dessa sala de estar, recomenda o uso de tapete de fio curto, como o produzido com fibra sintética, para facilitar a limpeza | Foto: Divulgação

Desde março deste ano, com as medidas de distanciamento social, o país registrou um aumento de 50% na procuração por adoção de animais, segundo informações de ONGs e protetores dos animais. Com a ampliação do tempo em casa, as pessoas passaram a procurar por um companheiro de 4 patas e, em função disso, surge também a necessidade de adaptar a casa para oferecer segurança e conforto – tanto para o pet, como também para o dono.
Hoje, Dia Internacional dos Animais, um time de arquitetos, que também são apaixonados por seus bichinhos de estimação, orientam sobre o que deve ser feito: Carina Dal Fabbro, à frente do escritório que leva seu nome, Karina Korn, do Karina Korn Arquitetura, Júlia Guadix, da Liv’n Arquitetura e Renan Altera, da Altera Arquitetura.

Antes de tudo, organização da casa e o bom adestramento são fatores primordiais para uma boa convivência entre o pet e seu dono. Uma das primeiras decisões é eleger o espaço para as necessidades fisiológicas, descanso e lazer.

Tendo em vista essa rotina definida de acordo com o layout da residência e a rotina do morador, todo trabalho de ensinar fará com que não aconteçam surpresas não esperadas com a questão de higiene e bagunças”, revela o arquiteto Renan Altera.

Mesmo com essas escolhas, sabemos que o pet, seja um cachorro ou um gato, costuma ter livre acesso a todos os ambientes do imóvel. Por isso, a arquiteta Carina Dal Fabbro destaca a importância da facilidade para manutenção do lar. 

“Todos os materiais utilizados em casa devem propiciar condições para a lavagem e higienização constante. Alguns materiais, por sua composição delicada, não combinam com essa rotina. Mas sempre digo que a decisão certa não diminui em nada a estética do décor” explica Carina.

Nos lares em que o pet é habitué dos móveis, o mercado também oferece opções que não danificam por conta das unhas dos bichanos. A arquiteta Júlia Guadix detalha que, quando o animal frequenta a cama, deve-se pensar em tecidos que não puxem o fio e não acumulem pelos, além de considerar o uso de um protetor impermeável para o colchão. Pensamento semelhante se faz presente no sofá, que deve ser escolhido com materiais mais resistentes como o suedes e ultrasuedes – produzidos a partir de poliéster e com um toque macio que remete à camurça –, couro, lona e até mesmo tecidos impermeáveis, conhecidos como acquablocks.

Esses materiais favorecem o processo de limpeza com regularidade. E sempre indico considerar também a impermeabilização do sofá”, diz Júlia.

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Carina Dal Fabbro e sua companheira Babi | Foto: Dan Brunini

E para os pets que precisam passar um período sem a presença dos donos em casa? Hoje em dia, a tecnologia é uma aliada nessa convivência, com recurso como banheiros automáticos para cães e brinquedos interativos que liberam petiscos de acordo com a interação.

Essas opções permitem que eles gastem a energia e não foquem nos elementos da residência. Também gosto de recomendar a instalação de câmeras, permitindo que o morador possa acompanhar a movimentação dos bichinhos mesmo quando não estão em casa”, relata Renan.

Bem-estar e saúde

No tema bem-estar, é preciso verificar se existe perigoso para o seu pet no lar. Questões como o revestimento utilizado para o piso, até a altura do sofá e da cama devem ser analisados.

Um chão muito liso e escorregadio pode ocasionar doenças osteoarticulares ao cachorro”, alerta Carina.

No tocante ao piso, o porcenalato e o vinílico são as opções imbatíveis em função da forma simplificada para limpar, sem contar que se tratam de materiais resistentes por não absorvem a urina do animal.

Ambos não deixam nada a dever, já que para a decoração nos oferecem infinitas possibilidades de acabamento. E além de ver o nosso lado sobre a estética e praticidade na casa, nunca podemos deixar de pensar na saúde e no bem-estar deles”, diz Júlia, dona do Bolotinha.

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Em seu apartamento, a arquiteta Júlia Guadix escolheu o piso vinílico e estabeleceu uma rotina para a convivência com Bolotinha, que acompanha todos os seus passos ao longo do dia | Foto: Guilherme Pucci

A arquiteta Karina Korn também é adepta da funcionalidade e de resoluções que não causem arrependimentos e gastos desnecessários. “Um piso de madeira é magnífico em uma sala. Mas impensável em uma casa com pets, já que em pouco tempo veremos todas as marcas das unhas de cachorros e gatos. Quem gosta do efeito da madeira, pode partir para um porcelanato que simula de forma muito fidedigna os veios da madeira e que deixa tudo resolvido com água, pano e sabão neutro”, defende.

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Ao lado de Kaya, a arquiteta Karina Korn escolheu o Limestone Baiteg Blue para o piso de sua casa |Foto: Dan Brunini

Mas além dos pontos abordados, Renan Altera compartilha um outro olhar bastante relevante. Segundo ele, é interessante observar se os acabamentos selecionados não evidenciarão os pelos, que invariavelmente, ficam soltos pelo chão da casa. 

“Ninguém gosta de olhar para o chão e enxergar os pelos acumulados. E não dá para varrer toda hora”, pondera Renan.

Pensando nas paredes, a preferência é sempre pelas tintas laváveis na área reservada para os pets e, no caso do papel de parede, a prioridade é para as versões vinílicas.

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Na sala de estar de Júlia Guadix, o piso vinílico em tom amadeirado ajuda a disfarçar os pelos | Foto Guilherme Pucci

Para um cachorro adulto de grande porte, escadas podem não ser um grande problema. No entanto, quando se trata de cães com idade avançada de pequeno porte, a estrutura pode se tornar muito sério.

Enquanto os cachorros mais velhos são acometidos por problemas referentes à própria idade, os menores, mesmo jovens, podem desenvolver disfunções nas articulações devido à altura dos obstáculos serem desproporcionais ao tamanho do pet”, reforça Júlia.

Neste caso, a indicação é produzir uma rampa sólida de madeira, revestida de borracha, para que o atrito permita ao animal a locomoção entre os diferentes andares. Também são indicadas rampas para subir e descer de camas e sofás, sem contar que os tapetes colaboram na movimentação mais segura.

Para gatos, podemos criar prateleiras que os convidam a escalar e explorar a casa”, diz a arquiteta. 

Para os pais de gato, a indicação é sempre instalar uma rede de proteção em janelas e varandas, já que eles estão sempre nesses locais da casa. Entretanto, a arquiteta Carina Dal Fabbro lembra que varandas com guarda-corpo vazado e janelas com peitoril baixo também podem ser perigosas para os cachorros. Com olhar atento, ela ainda recomenda cercar piscinas e banheiras externas de hidromassagem, assim como deixar, fora do alcance e em local fechado, produtos de limpeza e medicamentos.

Nas recomendações finais – e não menos preciosas – objetos pequenos e pontiagudos que podem ser ingeridos e fiações expostas podem ser fatais para os bichinhos. No capítulo lixo, a área deve ser mais reservada e estar sempre fechado, afastando a possibilidade do animal, por seu instinto, mexer e engolir algo que faça mal a ele. Para quem cuida de pets e plantas, o conselho é deixá-las distante do acesso, já que algumas espécies causam intoxicações.

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Na sala de estar de Júlia Guadix, a samambaia está no alto | Foto Guilherme Pucci

Os bichinhos precisam de amor, atenção, comida adequada, água fresca (e filtrada), uma caminha fofinha, um ambiente seguro e de muito respeito pelas necessidades dele! Cuidar bem de um animalzinho requer tempo e dedicação, mas o amor e bem estar que eles devolvem não tem preço”, compartilha Júlia.

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Carina Dal Fabbro Arquitetura
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